quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

"Se" de Rudyard Kipling


Se consegues manter a calma quando à tua volta todos a perdem e te culpam por isso;
Se consegues manter a confiança em ti próprio quendo todos duvidam de ti, mas também fores capaz de aceitar as suas dúvidas;
Se consegues esperar sem te cansares com a espera, ou, sendo caluniado, não devolveres as calúnias; ou, sendo odiado, não cederes ao ódio, e, mesmo assim, não pareceres paternalista nem presunçoso;

Se consegues sonhar - e não ficares dependente dos teus sonhos;
Se consegues pensar - e não transformares os teus pensamentos nas tuas certezas;
Se consegues encarar o Triunfo e o Desaire e tratar esses dois impostores da mesma maneira;
Se consegues suportar ouvir a verdade do que disseste, transformada, por gente desonesta, em armadilha para enganar os tolos, ou ver destruídas as coisas por que lutaste toda a vida, e, mantendo-te fiel a ti próprio, as reconstruires com ferramentas já gastas;

Se és capaz de arriscar tudo o que conseguiste numa única jogada de cara ou coroa, e, perdendo, recomeçar tudo do princípio, sem lamentar o que perdeste;
Se consegues obrigar o teu coração e os teus nervos a ter força para aguentar mesmo quando já estão exaustos, e continuares, quando em ti nada mais resta do que a Vontade que lhe diz: "Resistam!"

Se consegues falar a multidões sem te corromperes, ou conviveres com reis sem perder a naturalidade;
Se consegues nunca te sentir ofendido seja por inimigos, seja por amigos queridos;
Se todos podem contar contigo, mas sem que os substituas;
Se consegues preencher cada implacável minuto com sessenta segundos que valham a pena ser vividos, é  tua a Terra e tudo o que nela existe, e - mais importante ainda - então, meu filho, serás um Homem.